Estou vazio com um salva-vidas, sem vida,
flutuando
sobre o mar
Há um rádio não sei onde, acenando
uma alegria distante
e inútil
à minha angústia sem remédio.
A noite perdulária esbanja estrelas
e não percebe que me oprime,
eu, que não posso sorvê-la,
eu, que estou em solidão.
A lua é um exagero, e faz mal aos meus nervos,
golpeia a minha face para um duelo de amor
que ficará sem resposta.
J. G. de Araújo Jorge