Joe Bowler, 1928 - American artist |
Toda vez que nos despedimos, tontos de amor,
enquanto me afagas, enquanto te afago,
teus olhos escuros, vidrados,
tem um brilho interior
de lua no fundo de um lago...
Toda vez que nos despedimos
à espera de uma inquietante outra vez,
enquanto recostas tua cabeça em meu peito
te olho nos olhos, pensando que nunca nos vimos,
e me olhas também, mas parece que não me vez...
Toda vez que nos despedimos,
- toda vez -
há um mundo de ternura em teus olhos, um mundo
estranho e profundo,
como os reflexos da luz , no vinho que ficou
no fundo
de duas taças, após a embriaguez...
J.G. de Araújo Jorge