quinta-feira, 17 de março de 2011

by Fulvio De Marinis

Desmancha os meus cabelos, como fazes
quando estamos os dois calmos e em paz,
em vazio colóquio - quando estamos
como dois barcos quietos... junto ao cais...

Quando deixamos para trás o mar,
mar de impulsos, de sonhos e desejos,
quando o teu corpo é um barco ao meu comando
sacudido de ventos e de harpejos...

Já vencemos, os dois, cantos e vagas,
na aventura das horas dionisíacas,
deslumbrados com os próprios temporais...

Desmancha agora, amor, os meus cabelos,
como fazes nas horas de bonança,
quando somos dois barcos, junto ao cais...


J.G. de Araújo Jorge