segunda-feira, 21 de março de 2011

by  Fulvio de Marinis

Deita-te agora...
deixa que o incenso perfume os celeiros
onde adormecemos.

Toca o meu rosto voltado para cima,
como se procurasse no céu as carruagens de
cedro e ouro,
nos caminhos onde me perdi.

Traz-me o cântaro das tuas fontes.
Dá-me a beber a sua água
porque os meus lábios ardem.
Tenho sede.

É Verão, como sabes.
As cigarras eternizam a sua música
de pianos rudes,
as rãs destroem a serenidade do lago.

Nunca te levantes; não me voltes as costas.


José Agostinho Baptista