sábado, 12 de fevereiro de 2011

Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray


- Sempre há um quê de ridículo nas emoções das criaturas que deixamos de amar.

- É a confissão que nos absolve, e não o sacerdote.

- Há uma fatalidade contra as boas resoluções, sempre são tomadas demasiado tarde.

- As tragédias reais da vida ocorrem de maneira pouco artística e nos ferem pela sua violência rude, sua incoerência total: pela ausência absurda de significação e absoluta falta de estilo.

- Devemos absorver o colorido da vida e não guardar na memória as suas minúcias. As minúcias são sempre vulgares.

- O único encanto do passado é ser o passado. As mulheres, porém, nunca sabem ao certo quando caiu o pano. Exigem sempre um sexto ato; e, embora a peça já não interesse absolutamente, propõem que ela continue.

- Nós as emancipamos; elas, porém, continuam sendo escravas à procura de senhor. Gostam de ser dominadas.

- Eu não pretendo estar à mercê das minhas emoções. Quero usá-las, aproveitá-las, dominá-las.

- Sofri intensamente. Depois passou. Não posso repetir uma emoção.

- Adoro as coisas belas que se podem tocar e manusear.

- Harry gasta dias dizendo coisas incríveis; noites, fazendo coisas improváveis. Exatamente o modo de vida que eu gostaria de adotar.

- A sociedade – pelo menos a sociedade civilizada – nunca se dispõe a acreditar seja o que for, em prejuízo dos indivíduos belos e ricos.

- Cada um de nós, Basil, tem em si o céu e o inferno!

- “coisa séria, a memória das mulheres!”

- Estou farto de mulheres que amam. As mulheres que odeiam são muito mais interessantes.

“- Quem é você, então?
- Definir é limitar.”

- Nunca procurei a felicidade. Quem se importa com a felicidade? Sempre busquei o prazer.

- A vida de casado é apenas um hábito... um mau hábito. Mas é difícil perder um hábito, mesmo o pior.

- Todo crime é vulgar, como toda vulgaridade é crime.

- A verdade é que nunca dei muita importância ao retrato. Arrependi-me de ter posado para ele. É para mim uma lembrança odiosa. Por que me falava dele? Esse quadro sempre me trazia à memória uns versos curiosos... do Hamlet, se não me engano... Mais ou menos isto:
... como o retrato de uma dor,
Um rosto sem coração.
[...]
Dorian Gray meneou a cabeça e tirou alguns acordes do piano, repetindo:
“Como o retrato de uma dor, um rosto sem coração...”


Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray