quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O que fazem os poetas?

Goyo Dominguez.

Na contramão do mundo
O poeta divaga no contrafluxo
Enquanto à noite, as pessoas comuns dormem
O poeta desperta sua sensibilidade para a inspiração
De mais uma genuína obra.

E na manhã enquanto o povo acorda
O poeta repousa do frenesi, da pressa e do barulho
Dos que habituram-se a fugir de si e de tudo
Num movimento que chamam de trabalho
Um esforço desordenado
Que lhes roubam a graça da vida
De uma flor esquecida
De uma poesia não lida
De um sorriso não apreciado
De uma emoção não sentida
Mas que para o senso poético
Não passam despercebidas...
Assim mais uma poesia é concebida

Enquanto a multidão se aglutina nos centros
O poeta se isola refugia-se nos campos
Da beleza, da verdade e no silencio
Do riso e do pranto
Ouve a voz sutil do universo
E num lapso intuitivo
Capta com seu sexto sentido
As emanações da Divina sinfonia
É momento para mais um verso
De radiosa alegria
E com majestosa harmonia
Compõe a jubilosa ou entusiástica melodia
Poesia...



Cícero Silva