quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011



Nem um nem outro conseguia adormecer. Um estranho sentimento semelhante à hostilidade se apossou de ambos. Cinco minutos, abriram os olhos e fitaram um ao outro.
- Veja – disse de repente Arcádio - , uma folha seca de árvore caiu sobre o solo. Seus movimentos são muito parecidos com o vôo de uma borboleta. Não acha esquisito? Um objeto morto e triste e tão parecido com um ser alegre e vivo!
- Amigo Arcádio Nicoláievitch  – esclamou Bazárov. – Peço-lhe encarecidamente que não me diga frases bonitas.
- falo como sei... Isso me está parecendo afinal despotismo. Pensei uma coisa e por que não hei de expressar o meu pensamento?
- Muito bem. E por que não poderei expressar também o meu? Acho, por exemplo, que dizer frases e palavras bonitas é feio.


Ivan Turguêniev, Pais e Filhos