sábado, 1 de janeiro de 2011



"Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.
Não sou alegre, nem sou triste: - Sou poeta."



"Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar.
Por que havemos de ser unicamente humanos,
limitados em chorar?"




"Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: Silêncio e Solidão. Essa foi sempre a área da minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde relógios revelaram o segredo de seu mecanismo e as bonecas, o jogo do seu olhar (...)."

MEIRELES, Cecília: Obra Poética, Rio de Janeiro, Nova Aguillar




"Não queiras ser.Não ambiciones.Não marques limites ao teu caminho.A Eternidade é muito longa.E dentro dela tu te moves, eterno.Sê o que vem e o que vai.Sem forma.Sem termo.Como uma grande luz difusa.Filha de nenhum sol."


"E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará..."


"Dize:
O vento do meu espirito
soprou sobre a vida.
E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que és eterno . . ."


Não digas: “o mundo é belo”.Quando foi que viste o mundo?Não digas: “o amor é triste”.Que é que tu conheces do amor?Não digas: “a vida é rápida”.Como foi que mediste a vida?Não digas: “eu sofro”.Que é que dentro de ti és tu?Que foi que te ensinaramQue era sofrer?



"Não encontro caminhos
fáceis de andar.
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar."



"O que tu viste amargo,
Doloroso,
Difícil,
O que tu viste breve,
O que tu viste inútil
Foi o que viram os teus olhos humanos,
Esquecidos...
Enganados...
No momento da tua renúncia
Estende sobre a vida
Os teus olhos
E tu verás o que vias:
Mas tu verás melhor..."





Cecília Meireles