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Raphaël Collin - the summer |
Estás no verão,
num fio de repousada água, nos espelhos perdidos sobre
a duna.
Estás em mim,
nas obscuras algas do meu nome e à beira do nome
pensas:
teria sido fogo, teria sido ouro e todavia é pó,
sepultada rosa do desejo, um homem entre as mágoas.
És o esplendor do dia,
os metais incandescentes de cada dia.
Deitas-te no azul onde te contemplo e deitada reconheces
o ardor das maçãs,
as claras noções do pecado.
Ouve a canção dos jovens amantes nas altas colinas
dos meus anos.
Quando me deixas , o Sol encerra as suas pérolas,
os rituais que previ.
Uma colmeia explode no sonho,
as palmeiras estão em ti e inclinam-se.
Bebo, na clausura das tuas fontes , uma sede antiquíssima.
Doce e cruel é Setembro.
Dolorosamente cego, fechado sobre a tua boca.
José Agostinho Baptista