sábado, 2 de outubro de 2010

Pernoitas em mim

Renso Castaneda

pernoitas em mim

e se por acaso te toco a memória... amas

ou finges morrer


pressinto o aroma luminoso dos fogos

escuto o rumor da terra molhada

a fala queimada das estrelas


é noite ainda

o corpo ausente instala-se vagarosamente

envelheço com a nómada solidão das aves


já não possuo a brancura oculta das palavras

e nenhum lume irrompe para beberes


Al Berto