vladimir volegov |
Nem os dias longos me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de um céu monótono, ou
deixo que a tarde a prolongue no tédio dos horizontes.
O perfil cinzento da montanha, para norte,
e a linha azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia
quando, ao dizer o teu nome, a realidade do som
apaga a ilusão de um rosto.
Então, desejo o silêncio para que dele possas renascer, sombra,
e dessa presença possa abstrair a tua memória.
Nuno Júdice