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| omar ortiz | 
Eu nada mais sonhava nem queria 
Que de ti não viesse, ou não falasse; 
E como a ti te amei, que alguém te amasse, 
Coisa incrível até me parecia. 
Uma estrela mais lúcida eu não via 
Que nesta vida os passos me guiasse, 
E tinha fé, cuidando que encontrasse, 
Após tanta amargura, uma alegria. 
Mas tão cedo extinguiste este risonho, 
Este encantado e deleitoso engano, 
Que o bem que achar supus, já não suponho. 
Vejo, enfim, que és um peito desumano; 
Se fui té junto a ti de sonho em sonho, 
Voltei de desengano em desengano.
Adelino Fontoura