quarta-feira, 1 de setembro de 2010


Eu vos convoco, monstros adormecidos,
E também os congelados,
Duendes, mudos e mutilados,
Esqueletos dos túmulos não selados,
Pro meu circo, pro meu grito
Pros meus fados

***

Quero um amor capaz de relaxar uma estátua nos meus dedos.

***

Há qualquer coisa errada, entravada, com a tua semente
Ela recusa terra, não quer água
Só tropeça e rola entre soluços estéreis.

***

Eu queria tanto estar sem jeito
Mas tudo vai ser tão igual
Você insiste e eu me deito
Tudo mal, meu bem, mas tudo bem mal

***

Eu espero em paz a paz que eu poderei dar.

***

Era uma vez um homem especial
Equilibrava no seu quotidiano um elefante e uma borboleta!
Um sólido voador
Um sonhador arraigado
Um homem que amava lento

***

Vem meu mouro
Derruba meu muro e me molha
Me tomba!
Me tenta! Me tudo
Que eu não sou capaz.


***

Sinto medo de estar viva
Na tua ausência de noite
Pressinto o tempo pesado
O silêncio implacável
Fragilidade como ser
Como se eu fosse uma bomba
O terror
A certeza de que meu peito explode
Se você não chega hábil
E me desarma a tempo, a contento
E a gente festeja com uma gargalhada !
Você me invade, me embriaga
Eu soluço agradecida
Agarrada no teu peito, respirando teu pescoço
A morte amortecida.
Não dorme agora, faz esse esforço
Beija com fogo esta tua frágil adormecida

***

Juro que é por necessidade, meu mestre!
A mão amada já não aquece
Eu só me salvo por amar as palavras
Com a mais direta, direi ao mais amado
A mais guardada solução


Débora Duarte