segunda-feira, 2 de agosto de 2010



Feliz era a nudez. Vinha diurna
de dentro de si mesma. Porque o dia
ressumbrava recente desde a sua
novidade de pasmo. E de pupila
apta à evidência. E, por isso, arguta,
sem deduzir-se duma argúcia ativa.
Onde fossem seus passos a espessura
entregava o seu fervor de enigma
para depois, se recolher. Ter junta
e pronta a ordem de nova epifania.
Era a nudez da inteligência. Abrupta
e, ao mesmo tempo, de precisão tão íntima
que até os recantos justos da penumbra
recrutavam a luz da perspectiva.


Fernando Echavarria