![]() |
Jean-Marc Nattier |
Embora chames burguesa,
ó poeta moderno, à rosa,
não lhe tiras a beleza.
A tua sanha imprevista
contra a vítima formosa,
é um mero ponto de vista.
Pode a sanha ser moderna,
pode ser louvada, a glosa:
mas sendo a Beleza eterna,
que nos julgue o Tempo sábio:
entre os espinhos, a rosa,
entre as palavras, teu lábio.
Cecília Meireles