sábado, 24 de julho de 2010

Jean-Marc Nattier

Embora chames burguesa,
ó poeta moderno, à rosa,
não lhe tiras a beleza.

A tua sanha imprevista
contra a vítima formosa,
é um mero ponto de vista.

Pode a sanha ser moderna,
pode ser louvada, a glosa:
mas sendo a Beleza eterna,

que nos julgue o Tempo sábio:
entre os espinhos, a rosa,
entre as palavras, teu lábio.

Cecília Meireles