Amanhã amanhã amanhã amanhã
Rasteja em passo parco dia-a-dia
Até a última sílaba do tempo.
E os ontens, todos, só nos alumiam
O fim do pó. Apaga, apaga, vela
Breve!
A vida é só uma sombra móvel.
Pobre ator
Que freme e treme o seu papel no palco
E logo sai de cena. Um conto tonto
Dito por um idiota – som e fúria,
significando nada.
William Shakespeare
(tradução de Augusto de Campos)