sexta-feira, 5 de março de 2010

Sou entre flor e nuvem, estrela e mar.



Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar.

Por que havemos de ser unicamente humanos,
limitados em chorar?

Não encontro caminhos
fáceis de andar;

Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar;
E por isso levito.

É bom deixar
um pouco de ternura e encanto indiferente
de herança,em cada lugar.

Rastro de flor e estrela,
nuvem e mar.

Meu destino é mais longe e
meu passo mais rápido:
a sombra é que vai devagar.

 
Cecília Meireles