quarta-feira, 17 de março de 2010

Em tudo quanto escrevo



Enquanto sinto em minha mão teu cheiro e gosto,
teu rosto pinto no papel com afago e pranto.
E meu espanto tão mais cresce ao ver disposto
o mosto ao meio destes versos que te canto.

Será encanto degustar mel do desgosto,
posto saber ser minha lira o meu quebranto?
Quanto me sou se está teu Ser a mim aposto?
(Nem Ariosto em mil oitavas diz o tanto...)

Assim caminham os meus poemas que te escrevo.
(Nem sei se eu devo assinar meu nome ao fim)
A mim já basta desenhar-te com enlevo,

mas com relevo escreverei teu nome sim!
Enfim és parte em tudo o quanto me atrevo
e me descrevo, ao descrever-te, Alma afim.
  
Antoniel Campos