segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

 Liliana Marescalchi 

Nem aqui nem ali:em parte alguma.
Não é este ou aquele lugar.
Desço à praia,mergulho as mãos no mar,
mas do mar,nos meus dedos,fica a espuma.

Meu jardim,minha cerca,meu pomar.
Perpassa a Ideia e mói,como verruma.
Falar mas para quê?só por falar?
Já nada quer dizer coisa nenhuma.

Os instintos à solta,como feras,
e eu a pensar em velhas Primaveras,
no antigo sortilégio das palavras.

Agora é tudo igual,prazer e dor,
e a tua sementeira não dá flor,
ó triste solidão que as almas lavras.


Fernanda De Castro