nenhuma das palavras surpreendentes
que dissemos.
nem quando ou porque surgiu o amor.
não se explica a sensibilidade
extrema no seu nascimento,
o cuidado,
o desvelo dos gestos.
nunca soube porque entendia
mesmo o que não dizias,
nem como soubeste de mim, sempre.
nossos beijos,
as mãos, as bocas,
a percorrerem o mundo
dos corpos no amor.
como nos abandonamos,
sem receio.
o que os lábios sabiam antes de nós,
a pele, os olhos.
a intensidade deste encontro
nadando nas pálpebras,
nos dias.
a estender-se nas palavras.
nunca sei,
não se explica o amor.
silvia chueire