terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Aonde?

Roman Velichko 


Ando a chamar por ti, demente, alucinada,
Aonde estás, amor? Aonde…aonde…aonde?…
O eco ao pé de mim segreda…desgraçada…
E só a voz do eco, irônica, responde!

Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!
O vento aos meus ouvidos, soluça a murmurar;
Parece a tua voz, a tua voz tão linda
Cantante como um rio banhado de luar!

Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!
Esta saudade enorme, esta saudade imensa!
E só a voz do eco à minha voz responde…

Em gritos, a chorar, soluço o nome teu
E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:
Aonde estás, amor? Aonde… aonde… aonde?…


Florbela Espanca