Dogma - é ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina religiosa e, de qualquer outra doutrina ou sistema. Na religião cristã, por exemplo, há o dogma da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), a qual não deve ser confundida com a existência de três deuses, pois se trata de apenas um. Deus é uno e trino. Não importa se a razão não consegue entender, já que é um princípio aceito pela fé e o seu fundamento é a revelação divina.
Quando transpomos esta idéia de dogma para áreas estranhas à religião, ela passa a ser prejudicial ao homem, que, uma vez de posse de uma verdade, fixa-se nela e abdica de continuar a busca. O mundo muda, os acontecimentos se sucedem e o homem dogmático permanece petrificado nos conhecimentos dados de uma vez por todas. Refratário ao diálogo, teme o novo e não raro se torna intransigente e prepotente. Disse Nietzsche que “as convicções são prisões”. Quando o dogmático resolve agir, o fanatismo é inevitável. Em nome do dogma da raça ariana, Hitler cometeu o genocídio dos judeus nos campos de concentração.
Ceticismo - enquanto o dogmático se apega à certeza de uma doutrina, o cético conclui pela impossibilidade de toda certeza, e, nesse sentido, considera inútil esta busca infrutífera que não leva a lugar nenhum.
Comparando essas duas posições antagônicas, podemos ver que elas têm algo em comum, ou seja, a visão imobilista do mundo: o dogmático atingiu uma certeza e nela permanece; o cético anseia pela certeza e decide que ela é inalcançável. Mas a filosofia é movimento, pois o mundo é movimento. A certeza e a sua negação são apenas dois momentos (a tese e a antítese) que serão superados pela síntese, a qual, por sua vez, será nova tese, e assim por diante. A filosofia é a procura da verdade, não a sua posse, como disse Jaspers, filósofo alemão, concluindo que “fazer filosofia é estar a caminho"; as perguntas em filosofia são mais essenciais que as resposta e cada resposta transforma-se numa nova pergunta.