Sou o cachorro
Sou o cachorro. Trago do céu uma luz especial que o alerta sobre a aproximação de inimigos ou perigos iminentes, sempre que há. Trago o espírito da compaixão, que o inspira a servir aos outros, ou à humanidade como um todo. Acompanho os filantropos, as enfermeiras, os defensores públicos, os soldados, os religiosos e todos os envolvidos em trabalhos de caridade. Represento o amor carinhoso do melhor amigo e a energia do valente guardião. Inspiro suas melhores lembranças de infância. Transmito a importância de desenvolver seu senso de responsabilidade para com os demais. O espírito indulgente habita meu coração. Por isso é que me vê dedicar amor mesmo a quem me trata mal.
Canta gavião
Eu sou o gavião. Trago para você boas novas do céu. Trago visão esclarecida. Percepção aguçada das coisas ao seu redor. Trago liderança e autoconfiança especiais. Trago do céu força e vitória sobre teus desafios pessoais e profissionais. Dum sopro só vem meu agudo valente que corta o vento em ascendente. Cante comigo. O vento agita o galho delicado da árvore. Observe como permaneço firme e confiante. Em minhas garras há coragem e equilíbrio. Firmeza e discernimento. Divido o que sou com você. Confie na mensagem que vem do céu e siga em paz. Assobia golfinho Sou o golfinho. A felicidade, a espiritualidade e espontaneidade habitam tranqüilas em mim. Assobiando me comunico com tudo. Falo com meu coração, com qualquer forma de vida e com Deus apenas mudando o ritmo e padrão de minha respiração. Sou o guardião do sopro sagrado da vida. O mensageiro dos sonhos e do progresso espiritual. Ajudo o homem a compreender mais sobre si, a expulsar de si toda tensão. Sinta a energia de meu cantar sibilado. Sinta os ritmos da natureza. Veja como combinam com o seu. Percorra as ondas do riso, espalhe alegria pelo mundo. Respire devagar. Respire melhor. Acredite na evolução diária de seus sentimentos, e no seu poder divino de transformar para melhor tudo que existe. Ouça a mensagem que vem do mar e siga em paz. irmão pinguim Sou o pingüim. Trago a você força e resistência. Paciência e resignação. Meu andar é dançado. Jamais desequilibrado. Caminho milhas e milhas sem cansar, confiante na generosidade de Deus e da Mãe Natureza. Minha jornada eu compartilho com uma imensa família. Ainda assim, minha voz se faz percebida. Não temo o frio, a fome ou a astúcia dos predadores. Toda coragem que preciso flui de meu coração. Sinta a paz de meus gestos simples. Cuido de mim e da parceira que escolhi seguir para o resto da vida. Ofereço a meu filhote todo o amor que cabe em meu coração. Divido com eles a magia da vida. Divido o que sou com você. Confie na mensagem que trago da natureza e siga em paz.
Rasante
Como são lindas as andorinhas! Já parou para observar o vôo delas? Pequeninas e graciosas, parece que estão sempre comemorando alguma coisa. Meus olhos, sorrindo, hoje ficaram minutos acompanhando os rasantes de uma. Sozinha, brincando com o ar, as árvores e os carros, como se em um grande parque de diversões estivesse. Aí meu coração sorriu, minha alma sorriu, meu corpo todo sorriu. Como é belo tudo que vem da natureza, e quantos presentes ela nos dá, todos os dias. Andorinha. Traduzida na língua da poesia: ?Deus é grande, mas adora os detalhes?.
Do avesso (notas livres para os pequenos)
Uou-uou-uou, a natureza pirou.
A tartaruga chegou primeiro.
A girafa não alcançou.
O elefante pulou.
O peixe afogou.
Uou-uou-uou, a natureza pirou.
Quem foi que te deixou assim,
viradinha do avesso,
sem fim e nem começo,
assim eu enlouqueço,
uou-uou-uou, a natureza pirou.
A lesma disparou.
A preguiça surtou.
O camaleão desbotou.
O papagaio calou.
Uou-uou-uou, a natureza pirou.
A natureza piroooou,
a natureza pirou
Eu vejo amor na revoada das andorinhas
No cochilo do cão aos pés de seu tutor
Na pirueta infantil do golfinho, na ansiedade do beija-flor
Até no cantar enjaulado do canarinho eu vejo amor.
Eu vejo amor no orvalho que beija o jardim
Na altivez do sol ao despertar da manhã
No cheirinho de terra molhada, na remanso da árvore anciã.
Eu vejo amor na simplicidade da natureza
Em sua beleza ingênua e sutileza
E, assim, com o coração preenchido pela paz sem fim
Deixo o amor que vejo contar suas histórias felizes pra mim.
ALMAZUL
Um sabiá de voar
E pairar no ar de céu azul
Uma arraia de flutuar
E deslizar no mar de véu azul
Sou ave, sou peixe, sou alma
Alma doce, leve e calma
Para beijar o céu e o mar
Do raiar ao estrelar
Numa paz infinita de luz azul
Pra onde? Pra onde?
Sou uma joaninha. Amarela, vermelha e preta, a mais comum, a que mais se vê. É, mas não é todo mundo que me nota não. Sou pequena, levinha, não lato, mio nem relincho, e, claro, não fico dando mole por aí pra passarinho esperto pegar. Apareço numa lapela ou outra, e bem de vez em quando, pra levar um pouco da sorte que emana da natureza. Pois é, dizem que eu sou a mensageira dos poderes benfazejos do porvir, veja você. Esse pessoal sabe como complicar as coisas. Levo a sorte porque sorte, segundo o homem, é coisa pouca, pequena como eu, vive mais voando do que no chão e raramente escolhe a janela deles pra pousar. Onde está a fé desse povo? Louva-Deus... Preferem depositar a crença em mim, subsolo na pirâmide da cadeia alimentar, do que no Sol que brilha soberano todo o dia, no vento faceiro que alivia o calor, ou na chuva, precursora das bênçãos que vêm abundantes lá do céu. O mais engraçado vem agora: dizem que a boa ventura aparece mesmo é a partir da hora que eu saio voando. Explico. Segundo a crença, a direção em que eu voar indica de onde ela virá. Pô, mas e a minha presença, não conta? Quer saber, vou agorinha reivindicar mais uns num sei quanto por cento de bônus pró-labore lá com os anjos e elementais, só por causa dessa clausula mítica absurda. (...)
Voei. Pra que lado, você viu?!
Rogério Rothje