quarta-feira, 21 de setembro de 2022


Onde os olhos se fecham; onde o tempo 

Faz ressoar o búzio do silêncio; 

Onde o claro desmaio se dissolve 

No aroma dos nardos e do sexo; 

Onde os membros são laços, e as bocas 

Não respiram, arquejam violentas; 

Onde os dedos retraçam novas órbitas 

Pelo espaço dos corpos e dos astros; 

Onde a breve agonia; onde na pele 

Se confunde o suor; onde o amor.


José Saramago, in provavelmete alegria