quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Bem no fundo

Mark Newman 



No fundo, no fundo,

bem lá no fundo,

a gente gostaria

de ver nossos problemas

resolvidos por decreto


a partir desta data,

aquela mágoa sem remédio

é considerada nula

e sobre ela — silêncio perpétuo


extinto por lei todo o remorso,

maldito seja quem olhar pra trás,

lá pra trás não há nada,

e nada mais


mas problemas não se resolvem,

problemas têm família grande,

e aos domingos

saem todos a passear

o problema, sua senhora

e outros pequenos probleminhas.


Paulo Leminski 

sábado, 15 de outubro de 2022

 


"Poesia é a tentativa de representar ou de restituir por meio da linguagem articulada aquelas coisas ou aquela coisa que os gestos, as lágrimas, as carícias, os beijos, os suspiros procuram obscuramente exprimir." 

"Um poema é uma espécie de máquina de produzir o estado poético através das palavras."

Paul Valéry

 


Aqui está o teste de sabedoria,

A sabedoria não é finalmente testada nas escolas,

A sabedoria não pode ser passada de um que a possui para outro que não a possui,

A sabedoria é da alma, não é suscetível de prova, é sua própria prova,

Aplica-se a todos os estágios e objetos e qualidades e é conteúdo,

É a certeza da realidade e imortalidade das coisas, e a excelência das coisas;

Há algo no flutuar da visão das coisas que o provoca na alma.

Agora eu reexamino filosofias e religiões,

Eles podem se dar bem em salas de aula, mas não se dão bem sob as nuvens espaçosas e ao longo da paisagem e das correntes que fluem. 


Walt Whitman

quarta-feira, 12 de outubro de 2022




“Yes, books are dangerous. They should be dangerous - they contain ideas.”


― Pete Hautman

 

Zoltan-Hornyik

𝐴 𝑝𝑜𝑒𝑠𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑝𝑟𝑒𝑡𝑎 𝑜𝑠 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑒́𝑝𝑜𝑐𝑎, 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑜𝑣𝑜, 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 𝑛𝑢𝑚 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜, 𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜: 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚, 𝑠𝑒 𝑜 𝑝𝑜𝑒𝑡𝑎 𝑒́ 𝑚𝑎𝑢, 𝑜𝑓𝑒𝑟𝑒𝑐𝑒  𝑎𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑒𝑣𝑜𝑠 𝑒 𝑎𝑜𝑠 𝑝𝑜́𝑠𝑡𝑒𝑟𝑜𝑠, 𝑢𝑚 𝑓𝑎𝑙𝑠𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜, 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑖𝑎𝑔𝑛𝑜𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠𝑎 𝑒 𝑞𝑢𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑢𝑚 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖𝑟 𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜𝑠𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑎𝑙 𝑓𝑎𝑙𝑠𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜. 𝐴 𝑝𝑜𝑒𝑠𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑠𝑖𝑛𝑎: 𝑜 𝑚𝑎𝑢 𝑝𝑜𝑒𝑡𝑎 𝑒́ 𝑢𝑚 𝑐𝑟𝑖𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑎 𝑙𝑎𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑚𝑎𝑢 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟.

.—  Mário Faustino, 𝗣𝗼𝗲𝘀𝗶𝗮-𝗘𝘅𝗽𝗲𝗿𝗶𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮

Zoltan-Hornyik


Eu te batizo em nome do mar,

disse minha mãe com barcos na voz.

E as ondas enlearam nas águas o meu nome,

abrindo nas fendas do corpo um impulso

salgado que me brandiu o sangue.

Sei agora que há âncoras afogadas

nos meus olhos: nítido eco de todas as demandas.


Graça Pires

Leo Jansen


Colo-me à tua mão: não me dirige,

voa de cá para lá, depois descansa

sobre o lombo das horas, e eu com ela

vou sendo enfim o sal, a própria vida.


Pedro Tamen

 



"Ao mesmo tempo, pensava comigo: assim como agora me visto e saio, vou visitar o professor e troco com ele algumas frases amáveis, mais ou menos falsas, tudo isso contra a minha vontade, assim procede a maioria dos homens que vivem e negociam todos os dias, todas as horas, forçadamente e sem na realidade querê-lo; fazem visitas, mantêm conversações, sentam-se durante horas inteira em seus escritórios e fábricas, tudo à força, mecanicamente, sem vontade; tudo poderia ser realizado com a mesma perfeição por máquinas ou não se realizar; e essa mecânica eternamente continuada é o que lhes impede, assim como a mim, de exercer a critica de sua própria vida, reconhecer e sentir sua estupidez e superficialidade, sua desesperada tristeza e solidão." 

O Lobo da Estepe, Hermann Hesse

{Adolph Thier}

 

A poesia é a realidade; a imaginação, seu vestíbulo.

A plenitude poética opera o refinamento e a transfiguração da condição humana.

A poesia não pode nem deve ser um luxo para alguns iniciados: é o pão cotidiano de todos, uma aventura simples e grandiosa do espírito.

O verdadeiro poeta é conjuntamente um ser de circunstância, e eterno.

O olhar do poeta é vastíssimo: só ele percebe os inumeráveis crimes contra a Poesia.

Raramente me lembro que sou escritor; nunca me esqueço que sou poeta.

Não existe nada mais dentro de um conceito lógico, e menos digno de surpresa, que o desprezo do rico pelo poeta.

Haverá algum grande espírito que não seja clássico?

A escola futura deverá ser a base poética. Senão, servirá à burocracia e à guerra.

Através dos séculos o poeta é encarregado, não só de revelar aos outros, mas de viver praticamente no seu espírito e no seu sangue, a vocação transcendente do homem.

Sempre, em todos os tempos, a poesia corrigiu a crítica.

O poeta é escravo e senhor do poema.

Só pelos místicos, pelos músicos e pelos poetas se poderá restaurar a melodia da estrutura humana.

Uma flor é simples entretanto resulta de operações complexas. Uma flor é uma aparição poética.


Murilo Mendes, 

Do livro O Discípulo de Emaús.

 

painting-paul-david-bond 


Quando me aproximo do mar

tudo me parece aceitável.

As ondas são folhas que vão

a caminho da perfeição.

Perfeito é pois quem do tempo

 tem a longa paciência —

também a tenho quando escuto

a nervura mágica de tudo,

um tudo feito de sombras

que amaciam a pedra luminosa

que todas as coisas são.

Saltando de estação para estação

como se o caminho se fizesse,

sereno, entre o mar e o céu.

As ondas que vejo cair

também as sinto nas areias de mim

como se tudo, na barca deste mundo, 

 fosse mar e luz.

Por isso a minha vida é intensa

e velha como a paciência

que não cessa de se renovar

no sangue da pedra, e das aves.

 

Casimiro de Brito

 

Oil paintings by Tibor Nagy 


Eu não sei o que faço aqui

sei que faço alguma coisa

pequenas coisas sem importância

às vezes aborreço-me não é grave

fico apenas um pouco mais triste

depois levanto a cabeça

os ombros vacilam

transporto uma loba mas não sei até quando

uma loba que vai deixando o pelo

na casa do poema na cave acumulada

 por um sábio que não sabe nada

nem cuidar de si nem cuidar 

dos homens —

aparentemente foi tudo morrendo

neste reino de pequenos casamentos

de conveniência: ficaram

 a insânia sem garganta e figuras de musgo

que não conhecem a separação entre o ser 

e as nuvens

as nuvens que envolvem

 os caminhos do corpo

as pegadas de um vírus que não cessa de

cantar o pó, tão fácil 

de soprar. Chove. A chuva

pede que me cale.


Casimiro de Brito


 Autor? Amante? Se ficas o mesmo 

depois dessa viagem,

 não fizeste viagem nenhuma. 


Casimiro de Brito

 


Um desses dias de glória em que tudo me foi dado. Tudo quanto preciso. 
O corpo nu, a mente vazia e a praia deserta. 


Casimiro de Brito

 

Michael Fitzpatrick


Que os meus fragmentos lembrem que a beleza, a formositas,

tem um bicho alojado no seu seio. 


Casimiro de Brito

 


Amar-te é nascer de novo, regressar à minha fonte.

Nesse momento começo a morrer.

 

Casimiro de Brito


arte: Marie-France Boisvert


 Tu

que não cabes em casa nenhuma

tu

que vais leve como as nuvens

no outono

habitas em mim e ouço

o teu perfume a tua

respiração

nas rosas que se abrem

e dissipam

no meu poema.  

 

Casimiro de Brito


 Amo-te porque não me amo

inteiramente. O que me falta

é infinito

mas tu és do bem que me falta

o enigma onde se condensam

a terra e o sol o ar as águas

invioladas

e tenho a boca cheia

de música ondulação

do teu silêncio. 


Casimiro de Brito


Não me pisem,

já não danço —

o melhor que faço

é quando descanso.

Não me louvem,

estou cansado —

o melhor que escrevo

é quando apago. 

 

Casimiro de Brito

É como se as paredes respirassem

 

John Paul


É como se as paredes respirassem

e os cheiros misturados se sentissem

e todas as palavras não calassem

embora no silêncio se fundissem

É como se o olhar soubesse o toque

e o toque adivinhasse o que não visse

mas visse no murmúrio o mesmo enfoque

na imagem que se viu mas não se disse

É como se a manhã não mais chegasse

e o dia fosse noite todo o dia

É como não querer que se acabasse

o instante em cada instante que se adia

   e o teto fosse o chão e o chão o teto

   e toda a atmosfera fosse afeto

 

 É como se de pétalas chovesse

o lustre mas tal chuva não caísse

É como se o desejo percebesse

aquilo que a razão não mais medisse

É como se a pergunta respondesse

e o ventre da resposta perguntasse

É como não se ouvisse e compreendesse

o mínimo cicio que faltasse

É como se arranhasse e não ferisse

e tudo o que sentisse, delicasse

É como se dos poros se parisse

a alma em cada gota que suasse

   e o gosto fosse o gosto de um só gosto

   e o fogo não soubesse de qual rosto

 

E sem que se pedisse, se virasse

e em forma de pirâmide se erguesse

Uma mão que no espelho se agarrasse

e a outra o travesseiro pertencesse

e o beijo noutra boca deslizasse

e enquanto esse subisse, essa descesse

e a boca desse beijo se molhasse

e o beijo nessa boca mais bebesse

e o que não fosse beijo se encostasse

e a boca mais ainda recebesse

e o beijo no pescoço assemelhasse

da boca que pulsasse a que gemesse

  e o mais só sussurrasse, sussurrasse

  e sem que se dormisse, mais sonhasse

  

Antoniel Campos



Nesta rasa pobreza que ficou 

De jardins floridos, de searas

Como espelhos do sol ao meio-dia,

Quem esperaria que nascessem nardos

E que as romãs abertas mostrariam

Corações lapidados e auroras?

Mas todo o tempo é tempo começado,

E a terra adivinhada, transparente,

Cobre a fonte serena e misteriosa

Que torna a sede ardente.


José Saramago in provavelmente alegria

 



Ainda não te perdi e já tenho saudades tuas.

Da tua voz. Do teu cheiro. Da tua roupa espalhada

pela casa. A nossa história de tão verdadeira, é fictícia.

Foi animada como uma noitada com amigos. Hoje,

é um caso arquivado. Onde estivemos todos estes anos?

Que diferença faz a indiferença? O nosso entusiasmo

do tamanho do mundo é agora uma aldeia estranha,

um espaço acanhado onde ninguém se reconhece.

Nunca tivemos a coragem de pisar o risco, de trocar

todos os dias por cada um dos nossos dias.

A tua juventude e a minha juventude não voltarão

a tocar-se, vamos a caminho de outro tempo.

Um tempo onde não há tempo para voltar atrás.


Joaquim Pessoa, ANO COMUM, 2.ª ed.

Janelas do meu desejo

Igor Shulman

No quarto todo branco, no velho bairro de Barcelona, os nossos corpos eram atirados sobre uma cama deitada no chão de madeira, uma jangada à deriva no mar. O prazer queima a pele, qualquer coisa de inextinguível. Nunca provarei os beijos que te dou, nem o arrepio que te percorre quando passo os leves dedos sobre as tuas costas que não terminam nunca, a ninguém saberei mentir como te minto quando te digo que sou teu para te dizer que te quero minha.

Apanhei o avião das oito e meia para o meu desejo me levar como bagagem de mão. Até Barcelona, basta. Ao mostrar um passaporte perguntam-me pelo propósito da visita. Não vou confessar que procuro a mulher que me virou a vida do avesso e pretendo assassinar no caso de ser viável matar o que vive em nós sem nós próprios falecermos. Espera-me, no meio de um hangar de gigantes, um ponto — uma pequena mancha que vai crescendo, ganhando forma e figura, movimento, cor, sapatos e mãos — uma mancha a que me abraço todo fechando os olhos com força para não ver mais do que já vi e é sempre demais. Pode ser assustador voltar a ver quem mais se deseja por ser ligeiramente outra a pessoa que te aguarda, e precisas de longos e ansiosos segundos para ligares uma série de imagens fixas presas no passado a uma coisa viva de múltiplas dimensões que está à tua frente para então poderes ficar temporariamente sossegado de que ainda deve ser a pessoa que jurou que te amava, que por ti morreria — uma prova que julgas excessiva, muito menos definitiva.


Pedro Paixão 

Fulvio de Marinis

 “Para Tereza, o livro era o sinal de reconhecimento de uma fraternidade secreta. Contra o mundo de grosseria que a cercava, não tinha efetivamente senão uma arma: os livros que pedia emprestados na biblioteca municipal; sobretudo os romances: lia-os em quantidade, de Fielding a Thomas Mann. Eles não só lhe ofereciam a possibilidade de uma evasão imaginária, arrancando-a de uma vida que não lhe trazia nenhuma satisfação, mas tinham também para ela um significado como objetos: gostava de passear na rua com um livro debaixo do braço. Eram para ela aquilo que uma elegante bengala era para um dândi do século passado. Eles a distinguiam dos outros.”

Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser, 1984

 


Nos teus olhos alguém anda no mar

alguém se afoga e grita por socorro

e és tu que vais ao fundo devagar

enquanto sobre ti eu quase morro.


E de repente voltas do abismo

e nos teus olhos há um choro riso

teu corpo agora é lava e fogo e sismo

de certo modo já não sou preciso.


Na tua pele toda a terra treme

alguém fala com Deus alguém flutua

há um corpo a navegar e um anjo ao leme.


Das tuas coxas pode ver-se a Lua

contigo o mar ondula e o vento geme

e há um espírito a nascer de seres tão nua.


Manuel Alegre

in Sete Sonetos e um quarto

A Essência Imutável

Bryan Larsen


Entre a estrela e o átomo

A matéria viva estabelece o traço original.

A fotossíntese realiza a assimilação

Da energia solar do homem,

Mecanismo-alimento da força biológica

Existente no grão de luz que ronda o corpo inanimado

Vindo da semente viajante dos ventos programados.

Cubos-pedra lançam o elétron

De uma órbita a outra dos planetas tranquilos

E voltam à origem do cansaço.

Desencadeia-se o calor que mata,

O mecanismo complica-se,

O elétron muda de órbita

E a sua volta é seguida de reações em cadeia

Para aniquilar o homem caminhante

Das estradas indecisas.

As múltiplas diferenças de forças

Convocam a origem da vida em cada rumo da poeira ardida

Enquanto a procissão do grande mecanismo

Mostra em todos os níveis, em todas as gamas da existência,

A sua ativa regulagem

Que ainda é mistério para o homem aniquilado

Pela surpresa do nada saber

Além das suas carnes esfarrapadas pela infinita agonia.


Adalgisa Nery

In Erosão (1973)

«O silêncio do mundo»



O mundo sempre esconde os seus segredos

na folha amarelada pelo outono,

nas madeiras que sobram dos naufrágios,

nas grutas, nos viadutos, nos espelhos

que nos contemplam nas barbearias

e nos duplicam, a nós que somos múltiplos.

E eu digo ao mundo: fala, ó grande mudo

diante de nós postado na manhã

e defrontando com o seu silêncio

o nosso grande pasmo de viver.

Apesar dos rumores escorridos

no dia claro que atrai os navios,

na noite negra das fornicações,

do besouro que zumbe além do bosque,

e do fragor das guerras e do trânsito,

o mundo é só silêncio e só segredo

neste longo degredo que começa

com o pranto no berço e só termina

no mistério do nada, no silêncio do pó.


Lêdo Ivo


 

já me li

em tantos

livros


Zack Magiezi

 


Poesia - prática da sutileza num mundo bárbaro.

Roland Barthes

sábado, 8 de outubro de 2022

 

Wire Sculpture by Fantasywire.


A jovem alma é sacudida, arrebatada, arrancada de um golpe — ela própria não entende o que se passa. Um ímpeto ou impulso a governa e domina; uma vontade, um anseio se agita, de ir adiante, aonde for, a todo custo; uma veemente e perigosa curiosidade por um mundo indescoberto flameja e lhe inflama os sentidos”


Friedrich Nietzsche, Humano Demasiado Humano, prólogo, §3

quarta-feira, 5 de outubro de 2022



 "I felt my energy revive, and said to myself, In spite of everything I shall rise again: I will take up my pencil, which I have forsaken in my great discouragement, and I will go on with my drawing." 

Vincent van Gogh, from a letter to his brother, Theo, 24 September 1880


Rodrigo Yudi Honda - "último voto"😪