Volto a casa perseguido pela distância, esfomeado de ti, com uma
queimadura nos ossos, ferida enamorada, inebriada com o cheiro
das estrelas.
É doce a tua mão, irmã gémea do meu peito, a que espera que a
noite chegue, a que pede amor à minha carne e deposita uma flor
azul no meu cansaço.
Debaixo da lua, a força de ter-te devolve a luz ao mundo, as laran-
jas brancas do teu peito oferecem-me o perfume dos roseirais que
crescem junto ao mar.
Joaquim Pessoa