domingo, 24 de dezembro de 2023

 


Volto a casa perseguido pela distância, esfomeado de ti, com uma

queimadura nos ossos, ferida enamorada, inebriada com o cheiro

das estrelas.

É doce a tua mão, irmã gémea do meu peito, a que espera que a

noite chegue, a que pede amor à minha carne e deposita uma flor

azul no meu cansaço. 

Debaixo da lua, a força de ter-te devolve a luz ao mundo, as laran-

jas brancas do teu peito oferecem-me o perfume dos roseirais que

crescem junto ao mar.


Joaquim Pessoa