terça-feira, 21 de setembro de 2021


 

entre o preto e o branco

há tantas cores quantas há entre um azul e o mesmo azul.

eu vejo a cor que eu sinto e não aquela que percebo.


um instante é o mesmo instante que foi antes e é depois.

todo o infinito aí guardado.

mas eu sou o tempo que eu sinto e não aquele que mensuro.


da gradação entre as palavras, o sim bafeja o não e o não roça no sim.

todas as palavras aí contidas.

mas eu digo a palavra que eu sinto e não aquela que se encaixa.


Antoniel Campos