quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Laszlo Gulyas 


Há prosa que dança, que canta, que se declama a si mesma. Há ritmos verbais que são bailados, em que a ideia se desnuda sinuosamente, numa sensualidade translúcida e perfeita. E há também na prosa sutilezas convulsas em que um grande ator, o Verbo, transmuda ritmicamente em sua substância corpórea o mistério impalpável do universo.

Bernardo Soares (Fernando Pessoa)

Livro do desassossego