Anthony Van Dyck. |
Vejo uma flor seca, sem ar
Cá esquecida num caderno,
E meu espírito prosterno
em esquisito meditar:
Floriu quando? Onde? Em que estação?
Postergou-se? É estranha
Ou é amiga a mão que a apanha?
E a pôs aqui por que razão?
Para recordar um encontro amável
Ou uma separação funesta,
Ou um passeio solitário
Num sítio, na sombria floresta?
E ele estará vivo, ela também?
A que refúgio se retêm?
Ou eles ambos já murcharam
Como esta flor que aqui deixaram?
Alexander Pushkin